O começo do Tropicalismo
O movimento surgiu da união de uma série de artistas baianos, no contexto do Festival de Música Popular Brasileira promovidos pela Rede Record, em São Paulo e Globo, no Rio de Janeiro.Um momento crucial para a definição da Tropicália foi o Festival de Música Popular Brasileira, no qual Caetano Veloso interpretou "Alegria, Alegria" e Gilberto Gil, ao lado dos Mutantes, "Domingo no Parque". No ano seguinte, o festival foi integralmente considerado tropicalista (Tom Zé aí apresentou a canção "São Paulo"). No mesmo ano foi lançado o disco Tropicália ou Panis et circensis, considerado quase como um manifesto do grupo.
Influências: movimento antropofágico, pop art, concretismo
- Pop art
- Concretismo
Críticas
Embora marcante, o Tropicalismo era visto por seus adversários como um movimento vago e sem comprometimento político, comum à época em que diversos artistas lançaram canções abertamente críticas à ditadura. De fato, os artistas tropicalistas fazem questão de ressaltar que não estavam interessados em promover através de suas músicas referências temáticas tradicionais à problemática político-ideológica, como feito até então pela canção de protesto: acreditavam que a experiência estética vale por si mesma e ela própria já é um instrumento social revolucionário.Durante a década de 1960, delinearam-se na música popular brasileira quatro grandes tendências:
- a primeira era composta por alguns dos artistas que herdaram a experiência da Bossa Nova (ou seus próprios representantes), e compunham uma música que estabelecia relações com o samba e o cool jazz (grupo no qual pode-se inserir a figura de Chico Buarque);
- um segundo grupo, reunido sob o título "Canção de Protesto", se recusava a aceitar elementos da música pop estrangeira, em defesa da preservação da cultura nacional frente ao imperialismo cultural, e via a canção, acima de tudo, como um instrumento de crítica política e social (neste grupo destaca-se a figura de Geraldo Vandré);
- um terceiro grupo, interessado em produzir um tipo de música que possuía forte influência do rock inglês e norte-americano, tão em voga no mundo daquele período, e que aqui no Brasil ficou conhecido como iê-iê-iê ou Jovem Guarda (neste grupo destacam-se artistas como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia).
- e finalmente um quarto grupo, especialmente dedicado a promover experimentações e inovações estéticas na música formado justamente pelos artistas tropicalistas.
Dado o caráter repressivo do período, a intelectualidade da época (e principalmente determinadas fatias da juventude universitária ligadas ao movimento estudantil) tendiam a rejeitar a proposta tropicalista, considerando seus representantes alienados. Apenas décadas mais tarde, quando o movimento já havia se esvaziado, ele passou a ser efetivamente compreendido e deixou de ser tão criticado.
Nomes ligados à Tropicália
Os principais representantes do movimento foram:- Hélio Oiticica
- Caetano Veloso
- Capinam
- Gal Costa
- Gilberto Gil
- Glauber Rocha
- Guilherme Araújo
- Jorge Ben
- Jorge Mautner
- Júlio Medaglia
- Lanny Gordin
- Maria Bethânia
- Nara Leão
- Os Mutantes (Arnaldo Baptista, Sérgio Dias e Rita Lee)
- Rogério Duarte
- Rogério Duprat
- Tom Zé
- Torquato Neto
- Waly Salomão
- Sérgio Sampaio
Referências bibliográficas
- BRITO, Antonio Carlos. Tropicalismo: sua estética, sua história. São Paulo: Vozes, 1972. v. 9
- DUNN, Christopher. Brutality Garden: Tropicália and the Emergence of a Brazilian Counterculture. Chapel Hill: UNC Press, 2001. ISBN 0-8078-4976-6
- PAIANO, Enor. Tropicalismo: Bananas ao Vento no Coração do Brasil. São Paulo: Scipione, 1996. ISBN 85-262-2857-9
- SANTAELLA, Lucia. Convergências: Poesia Concreta e Tropicalismo. São Paulo: Nobel, . ISBN 85-213-0380-7
- MACIEL, Luiz Carlos. Geração em Transe: Memórias do Tempo Tropicalismo. São Paulo: Nova Fronteira, . ISBN 85-209-0763-6
- VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia das Letras, . ISBN 85-7164-712-7
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